quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sem ferrovias, não haverá a sonhada integração Sul-Americana

Por
Janine A Rodrigues*

Neste artigo pretendo abordar rapidamente o papel das ferrovias e da  FERROSUL no futuro do Brasil e da América Latina. Foram usados como subsídios textos de Silvio dos Santos e Samuel Gomes contidos no site http://ferrosul.org/site/. , textos que recomendo a leitura. Bem como o post da revista ferrovia http://www.revistaferroviaria.com.br/blog/?p=205


O professor Silvio dos Santos em seu artigo “A História das Ferrovias” destaca que desde o início do sec. XVI diversos países da Europa já utilizavam o transporte sobre trilhos para transporte de carvão e minério de ferro. Tal procedimento evoluiu até no séc. XIX se ter a primeira máquina a vapor sobre trilhos. Que teve sérias reações por aqueles que a consideravam um risco para seus postos de trabalho.

Fazendo um salto histórico, para a atualidade, segundo Samuel Gomes, pensamento que acompanho – “O desenvolvimento equilibrado e justo do Brasil e América do Sul exige integração física e transporte barato e dotado de eficiência operacional, energética e ambiental.” Neste ponto como ambientalista destaco a questão ambiental, pois a utilização de ferrovias, ao contrário das rodovias é sustentavelmente mais equilibrada, tendo o Brasil, inclusive, condições de desenvolver a utilização de trens com utilização de energia limpa, renovável para seu funcionamento e para sua produção. Porém mesmo os trens tradicionais já são mais sustentáveis e economicamente mais viáveis que a utilização de outros meios de transporte.

Retornando ao parecer de Gomes: “Esta evidência está na gênese da decisão dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, tomada sob a égide do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul – CODESUL, de constituir a Ferrovia da Integração do Sul S/A – FERROSUL, a partir da transformação da estatal paranaense Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A – FERROESTE numa empresa pública multifederativa. As manifestações favoráveis ao projeto dos novos governadores e parlamentares estaduais e federais apontam para a sua consolidação a partir de 2011.”

Destaco aqui o excelente trabalho de Samuel Gomes frente a direção da Ferroeste no Paraná, trabalho este que alavancou a possibilidade de construção da FERROSUL. Mas, meu interesse por trens é muito anterior a estes acontecimentos. Gosto de trens pela sustentabilidade, pela poesia que uma viagem de trem pode proporcionar. Muitas pessoas se locomovendo por paisagens agradáveis a um custo mais baixo. Atualmente diversos países europeus e asiáticos utilizam o transporte ferroviário como principal meio, face as inúmeras vantagens que apresenta.

Retornemos a nosso país e vemos que então o surgimento da FERROSUL vem para planejar, construir e operar ferrovias e sistemas logísticos nos quatro estados do CODESUL. Para Gomes: “A participação acionária do governo federal no empreendimento deve dar-se através da empresa federal VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, vinculada ao Ministério dos Transportes, que já é sócia da FERROESTE. O desenho estratégico do projeto preconiza ainda a forte participação do Exército em todas as fases de construção da ferrovia, como ocorreu na FERROESTE. A novidade é que, além de construir as ferrovias da FERROSUL, o Exército ficará responsável pela sua posterior manutenção, o que assegurará maior longevidade para a infraestrutura”.

Já há um planejamento e tratativas prévias cujo plano são cerca de 3.300 km gerando integração e desenvolvimento na região Sul e Centro do Brasil e ainda o Paraguai e Uruguai e a ligação do Atlântico ao Pacífico por trilhos. Sendo desta forma a  FERROSUL um caminho de integração para o desenvolvimento e a paz, ganhando assim  o Brasil e a América do Sul.

Quanto a sustentabilidade cabe ressaltar, segundo o  site
http://www.revistaferroviaria.com.br/blog/?p=205 indicado pelo maquinista Clodoaldo as razões são inumeráveis, mas exemplificando: “Existe no site da AAR (a Associação das Ferrovias Americanas, correspondente à nossa ANTF) uma página intulada “Carbon Calculator”, ou Calculador de Carbono (http://www.aar.org/Environment/Carbon-Calculator.aspx) . Permite que o internauta escolha  uma origem e um destino entre 100 cidades americanas e que simule um trem entre 50 e 150 vagões carregado com  uma mercadoria entre as 15 mais transportadas nos EUA. Aí você aperta uma tecla e descobre, por exemplo, que um trem com 100 vagões carregados de cimento  entre Chicago e Nova Iorque (1.270  km por rodovia),  deixa de emitir 402 toneladas de dióxido de carbono, que seriam lançadas na atmosfera caso fossem transportadas de caminhão.  E ainda que seriam necessárias 9.355 árvores durante 10 anos para eliminar essa emissão.”

Nesta construção todos podemos/devemos ser parte deste empreendimento que vem com objetivos claros e deve ser  desenvolvido com e em sustentabilidade e boa vontade pelos governantes, que serão cobrados pela história por suas decisões.

* Janine A Rodrigues, Bacharela e Especialista em Direito, Mestranda em Desenvolvimento Sustentável.

http://cooperativasautonomas.blogspot.com/ – blog do projeto de mestrado
Colunista do Portal Colaborativo Teia Livre
http://www.teialivre.com.br/colaborativo/publish/


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