domingo, 9 de dezembro de 2012

O Trem do Paraná.

Postagem Especial de FÉRIAS, do Blog e do Maquinista!
Então, para comemorar irei postar um coisa  especial no nosso Blog:
O poema: O Trem do Paraná de José Stival
Abraços a todos Compas dos ####TRILHOS####.
Maquinista Clodoaldo

Estação Ferroviária de Curitiba - Paraná.

"Srs. Passageiros,
queiram tomar
seus lugares;
a R V P S C
deseja-lhes
muito boa viagem!"

Retardatários
virão voando;
  O trem, porém,
  não se detém
  por mais ninguém
  E vai deixando
  a plataforma;
  e vai saindo
  da estação...
  -Até a volta!
  -Ciao
  -Boa viagem!

Avança que avança
no trilho sem fim,
deixando pra trás
 o bairro operário,
a triste favela,
a zona fabril...

Avança que avança
no trilho sem fim
e em tal disparada
que à beira da estrada
se deita o capim!
Avança que avança
no trilho sem fim
sacode apança 
do amigo Crispim...
E bufa que bufa
e roda que roda
vai sempre rodando
sem nunca parar!
Passagem de nível?
Convém apitar:
que o trem na carreira
não é brincadeira,
nem vem devagar!
(Huiii-hui-huiuu!)


Estação de Itararé foto Sandro Azevedo

Ao monstro que passa
envolto em fumaça,
em vênia ligeira
se inclina e cidreira,
em vênia profunda
se deita o capim...
Vai sempre rodando,
vai sempre rodando,
sem nunca parar...
Somente a fumaça
não quer viajar;
e salta pra fora
boiando no ar!

Acaso já viram
um trem cachimbar?!
De longe ou de perto,
é mais do que certo
que todos já viram
um trem cachimbar!

Seu fumo sem gosto
nos lança no rosto,
em vez de o trabar;
Seu fumo nos lança
em vez de traga?!
Parece criança,
não sabe fumar...
(Huiii-hui-huiuu!)

em todo arraial,
de tanto apitar,
não fica ninguém
sem vir apreciar:
  tanta janela
  tanta janela
 e tanto rosto
 em todas elas!...
Por quantas cidades
devemos passar?!
E em quantas, em quantas,
devemos parar?!



Os vários jornais
nos trazem notícias
dos fatos mundiais;
e tantos anúncios
em cada seção:
  compra-se, vende-se,
  compra-se, vende-se,
  tantos produtos,
  tantos terrenos,
por tanto, por tanto  
por tanto, por tanto!

O chefe de trem
acaba de entrar:
 -Bilhete, senhor?
 o chefe 'stá lá!
-Alô, senhorita?
  o chefe tá lá!
  o chefe tá lá!

O sol já rescalda
o verde-esmeralda
do terno capim.
Tão mansa a paragem
que dentro de instantes
uns silvos cortantes
virão perturbar!

O gado assustado
parou de pastar...
O próprio chupim
parou de virar;
e alegre da vida
assiste à corrida
no êrmo sem fim...
Enquanto o Gonçalo
parece animá-lo
com sua atenção,
um nosso vizinho
com tanto cinismo
discute o marxismo
na mor confusão!


Foto O Trem do Paraná By: EDUARDO MUYLAERT

E em filosofia
tem tal ousadia
que julga entender:
do Instinto dos bichos,
da Vida das plantas,
da Ciência de tudo...
Nos fatos da História,
quer ele opinar!
Na física pura,
Na Ciência obscura,
quer ele opinar!...

Falou-nos do ente,
falou-nos do ente,
do ente falou...
Por uma exceção,
falou do pinheiro
falou do pinheiro
mas NÃO do pinhão!

Mudemos de assunto,
pois nosso conjunto,
já quase defunto
de tanto aguentar,
não quer mais ouvir
falar de pinheiro
mas sim de pinhão
e só de pinhão...

Já dentro da noite,
longíquo clarão
vem dar o sinal
de haver, afinal,
mais uma estação:
   será Itararé,

   será Itararé
Pois é Itararé,
pois é Itararé!
Adeus ó compasso
da Rede Viação!
Adeus, ó poesia
que antes se ouvia
em cada vagão!...

Ó Sorocabana
quer ser mais humana?
Aceita a lição
da Rede Viação:
  imita o comboio
  que bebe no arroio;
  que estala nas pontes
  e bufa nos montes;
  que fuma contente,
  que fuma com graça,
soltando fumaça
  no rosto da gente...



Já tenho saudades
das belas cidades
  do meu Paraná,
  do meu Paraná,
  do meu Paraná!
E tenho-as, ainda,
da música linda,
  (mais linda que há!),
do trem que deixamos,
do trem que largamos,
   no meu Paraná,
   no meu Paraná,

   no meu Paraná!


Poema: O Trem do Paraná, de José Stival

Fonte: http://livroerrante.blogspot.com.br







sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Revistas Ferroviárias.

No passado, as ferrovias mantinham mensários de informações mostrando os avanços da ferrovia: investimentos, novos materiais rodantes, inaugurações de estações, etc. O lado "social" dos empregados da empresa também era extensivamente documentados (nascimento de filhos, casamentos, aposentadorias, etc). Várias ferrovias possuíam suas próprias revistas que duraram por longos anos. Entre elas: Estrada de Ferro Sorocabana, São Paulo Railway, Viação Férrea do Rio Grande do Sul, Companhia Mogiana, Rede Mineira de Viação, Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, entre outras. Haviam também as publicações independentes (destaque para a Revista Ferroviária, que é publicada até hoje). Todas foram extintas. Apenas a "Revista Ferrovia" (da Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí), que originalmente era a "A Nossa Revista", que depois virou "Revista SPR", voltou a ser publicada recentemente após 10 anos de interrupção. Hoje essas revistas são verdadeiros "tesouros" como fonte de pesquisa. Muitas coisas que não eram registradas em relatórios oficiais eram documentadas pelas revistas. hospedagem de site terra

Abaixo, alguns exemplos:hospedagem de site terra

"A Nossa Revista", que mais tarde se tornaria a "Revista SPR". Edição de Abril de 1936 (Coleção Thomas Corrêa)hospedagem de site terra

Revista "Estrada de Ferro" - Publicação Independente que durou algumas edições no final dos anos 60. (Coleção Thomas Corrêa) hospedagem de site terra

"Revista REFESA" - Publicação da Rede Ferroviária Federal S.A., que abordava todas as ferrovias administradas pela RFFSA (Coleção Thomas Corrêa)hospedagem de site terra

Revista Ferrovia AEEFSJ - Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí. Teve sua origem na "Revista SPR", e abordava a RFFSA em SP (EFSJ e em determinada época, também EFCB e NOB). (Coleção Thomas Corrêa)

Revista "Nossa Estrada", da Estrada de Ferro Sorocabana. A Partir de 1972 ela passou a abordar todas as ferrovias formadoras da FEPASA. (Coleção Thomas Corrêa)hospedagem de site terra

Revista "Correio dos Ferroviarios" da RVPSC. Foto: http://familiabonat.blogspot.com.br

(destaque para a Revista Ferroviária, que é publicada até hoje).hospedagem de site terra http://revistaferroviaria.com.br/

Fonte: Por Thomas Corrêahospedagem de site terra http://brazilrailway.blogspot.com.br


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sábado, 1 de dezembro de 2012

O símbolo da RFFSA.

AS FERROVIAS do mundo inteiro possuem seus próprios símbolos, quer sejam expostos em cada unidade do material rodante, como os Carros, Vagões e Locomotivas.

O símbolo da RFFSA – exemplo de perfeição estética com simplicidade de imagem.

Em 1966 a RFFSA realizou um concurso entre estudantes da categoria do ensino médio e de ensino superior em Desenho Industrial, Arquitetura e Engenharia para a escolha de um símbolo que representasse a marca da empresa.


A empresa pública pretendia com isto, como rezava seu Edital, "despertar a juventude estudiosa para a importância de uma empresa tão vinculada à economia e à segurança da nação", além de "estimular a criatividade dos jovens iniciantes no design, deles colhendo concreta colaboração, para perpetuar, no tempo, como exemplo válido às futuras gerações".

A iniciativa da RFFSA foi bem acolhida pela imprensa e à época, despertou interesse de 300 estudantes que enviaram suas concepções gráficas.

Isso possibilitou à Comissão Julgadora de então (integrada por Antonio F. Porto Sobrinho, Mario Ritter Nunes e Armando Britto), selecionarem entre os trabalhos de alto nível técnico apresentado, eleger aquela que daria o real significado como ícone ferroviário.



1º Lugar ... Leiko Hana

Leiko Hana, à época uma aluna, assim como seus colegas concorrentes, se tornaría em breve uma arquiteta pela Faculdade de Arquitetura Mackenzie, em São Paulo (SP).

2º Lugar ... Joaquim de S. Redig de Campos

Redig é pioneiro em design no Brasil, ingressando na ESDI (UERJ) em 1968 e atuando ao lado de Aloísio Magalhâes por mais de 18 anos. Hoje, atua como professor da PUC-RJ desde 1975 e tem o seu estúdio, REDIG ASSOCIADOS.

3º Lugar ... Arthur Carlos Messina

Messina, é hoje um arquiteto e dos bons, atuando São Paulo (SP), através do CADES - Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

A partir dos anos 70 a marca desenhada pela arquiteta Leiko Hama para a RFFSA seria responsável pela definitiva identidade da empresa.

Não fosse o sucateamento, com mais de 30 anos de des-investimentos, sem dúvidas, essa logomarca da RFFSA seria um dos ícones mais precisos de sua particular semiótica, no entanto, ao menos já entrou definitivamente para a galeria da história fascinante do EXCELENTE nível que o design brasileiro atinge.


APESAR DE SEUS GESTÔRES...


CURIOSIDADE:A dupla de irmãos gaúchos Kleiton e Kledir "homenageou" a Rede Ferroviária Federal citando a estatal na música "Maria Fumaça", composição gravada em 1980 para o Festival de Música da TV Tupi (em um dos últimos momentos da histórica emissora, falida ainda naquele ano), que se tornou grande sucesso durante o evento. A música mais tarde foi incluída no LP de estréia, que leva o nome da dupla, lançado também em 1980. 


*PS: A sigla é pronunciada como "ÉRRI-ÉFI-ÉFI-ÉÇIÁ", mas, para muitos de seus funcionários, a hoje extinta RFFSA também era apelidada carinhosamente pelos ferroviários como "REFÉSA".

Fonte: http://almanaquedarffsa.blogspot.com.br  e  http://thesignstudio.blogspot.com.br