Trem do Tempo
Ferro e aço
Tempo e espaço
Cidade e sertão
História e paixão
A saudade sobre o trilho
Vida, estrada, maquinista
Soluça o velho estribilho
Da memória anarquista
Que o vento ecoa, ressoa,
Insiste e resiste
Reter o apito final
Perto do canavial
Na partida deste trem
Que o destino fez refém
É a última viagem
Vão demolir a estação
Toca o sino da igreja
A aldeia lacrimeja
O açoite da emoção
Fez calar a estação
Quando o sonho acordar
Gente triste irá sorrir
Trem em festa vai ligar
O Oiapoque ao Chuí...
Por: Paulo Peres
“Se eu fosse um trem”:
“Se eu fosse um trem, garanto que eu seria
um trem daqueles velhos trens de outrora!
A uma estação eu nunca chegaria
senão depois de ter passado a hora.
O melhor da estação está na espera
do trem que vai chegar e que atrasou.
Se eu fosse mesmo um trem (ah, quem me dera!)
eu seria esse trem que não passou...
Eu seria esse trem retardatário,
cheio de lassidão, trem proletário,
que o povo espera sempre na estação,
Numa esperança sempre renovada
de que esse trem lhe traga na chegada,
um pouco de alegria ou de ilusão!”
Por: Padre Luiz Ximenes
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