A Arara deu bode
Havia sido embarcada uma arara na estação de Sete Lagoas, não tendo chegado ao destino. Depois de estar cheio de informar processos sobre o desaparecimento da ave, o agente, metido a poeta, deu o seguinte despacho:
“A arara daqui saiu”.
E se aí não chegou,
Bateu asas e voou...“
O engenheiro, danado de cumpridor do regulamento, pegou de pena e sapecou em mau estilo poético:
“ O agente é metido a poeta,
Mas lhe falta a inspiração.
Pela sua indisciplina
Três dias de suspensão.”
A morte do agente
O senso de disciplina na ferrovia chegava, muitas vezes, às raias do exagero.
Uma instrução do Departamento do Tráfego, da Leopoldina, proibia que os auxiliares das estações manipulassem o aparelho telegráfico, exclusivo dos Agentes.
Certo dia, numa estação isolada, o Agente passou mal e faleceu repentinamente.O auxiliar não teve dúvidas, mandou o seguinte texto telegráfico à Chefia: “Morri às 16:30 de hoje. Peço substituto pt a) Agente Chefe pt”
A ZONA ELEITORAL
Ao preencher a ficha de inscrição, aquele candidato a ferroviário respondeu tudo certinho. Quando chegou na parte referente ao título de eleitor, onde dizia ZONA, ele respondeu: “Não freqüento”.
A visita do Dr. Beleza
Um maquinista da Estrada de Ferro Vitória a Minas tinha o hábito de convidar o Superintendente da Estrada, o Dr. Beleza, para visitar sua casa, sempre que o encontrava. E sempre o Dr. Beleza respondia que um dia iria fazer-lhe uma visita. Depois de tanta insistência, o Dr. Beleza resolveu ir com o maquinista até a casa deste. Lá chegando gritou radiante para a mulher, lá no fundo do quintal: "Sabe quem está aqui?" A mulher disse: " Não, quem é?" " É O Dr. Beleza." Ao que a mulher retrucou: "Grandes coisas!"
Por: René Fernandes Schoppa. Dos livros: "Humor ferroviário" e "Humor sobre trilhos"
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