quinta-feira, 16 de junho de 2011

ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE CURITIBA E VIADUTO JOÃO NEGRÃO.

ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE CURITIBA E 

VIADUTO JOÃO NEGRÃO.




HISTÓRICO

Ao iniciar-se, em 1880, a construção da ferrovia ligando Curitiba a Paranaguá, a comissão encarregada dos estudos para a localização da estação ferroviária solicitou à municipalidade a doação do terreno à Companhia Geral de Estradas de Ferro. Como se tratava, porém, de terreno aforado, somente nove anos depois foi o mesmo adquirido. O projeto da estação coube ao engenheiro , de origem italiana, Michelangelo Cuniberti. Em 1894 o edifício foi ampliado com a construção de mais uma pavimento, obra atribuída ao engenheiro Rudoy Lange. Com a transferência, em 1918, dos escritórios da companhia para outro local, passou o edifício por modificações que incluíram a criação de um salão nobre. Com o desativamento da estação, após a inauguração , na década de 70, da rodoferroviária, foi nela instalado um museu projetado por museólogos da Rede Ferroviária Federal.

 ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE CURITIBA.



Construção de dois pavimentos, em alvenaria de tijolo, possui cobertura em duas águas, de telhas francesas, e platibanda abalaustrada. Sua fachada, simétrica, é valorizada no centro da composição pelo soerguimento de um frontão, ladeado por volutas, encimado por tímpano e tendo ao centro um relógio emoldurado por arco pleno. O parâmetro da fachada, a bossagem, tem, com ornamento, pilastras ressaltadas em ponta de diamante. A fachada posterior, mais simples, tem de interesse a estrutura metálica formada por colunas cilíndricas e braços em tê, que suportam a cobertura da plataforma. 
Próximo, esta localizado o viaduto, tombando juntamente com a estação. A primeira ponte foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 e era conhecida como Ponte Rua Schmidlin, porque passava sobre a via assim denominada em homenagem ao proprietário dos terrenos do local. Em época de chuva, transformava-se a área em um lodaçal, o que motivou o soerguimento da ferrovia e a construção do viaduto. Com o aumento do tráfego ferroviário foi construída outra, inaugurada em 1944, com estrutura metálica, importada dos Estados Unidos, e montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa. Conhecida como “Ponte preta”, devido à cor com que por muitos anos foi pintada, esse viaduto foi desativado nos anos 70 devido a inauguração da rodoferroviária.

 VIADUTO JOÃO NEGRÃO, "PONTE PRETA".
 

Apoiada em pilares de cantaria, sua estrutura principal compreende três vigas, com altura variável – 2,50m nos apoios e 1,520m no centro do vão, com contrapesos formados por blocos de concreto armado destinados a reduzir os momentos no vão central. O comprimento total da ponte é de 32,893m, sendo que o vão central possui 21,285m e os laterais 5,804m. A distância entre as vigas principais é de 5,0m.

Fonte: RFFSA.



4 comentários:

  1. Essa obra ferroviária é um marco da engenharia pois foi a primeira, no mundo, a ser usada no sistema de ancoragem ou seja blocos atuando nas extremidades faziam a estrutura de ferro moldar um arco. A ação do peso quando o trem passava fazia com que a estrutura ficasse completamente em nível. Essa relevância justifica o impedimento do Conselho do Patrimônio Historico do PR ser contra o levantamento dessa Ponte.

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  2. Paulo valeu eu não sabia desta importante informação: "A ação do peso quando o trem passava fazia com que a estrutura ficasse completamente em nível." Show!

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  3. A famosa Ponte Preta, um dos ícones da cidade de Curitiba, não é apenas uma importante peça de interesse histórico da Ferrovia do Paraná. Ela é um marco, motivo de orgulho para a engenharia brasileira, pois se trata de um sistema de construção de estruturas pioneiro no mundo. Dessa forma parabenizo a prefeitura de Curitiba pela iniciativa de buscar outras alternativas, conforme sugestão do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, para evitar que motoristas imprudentes coloquem em risco essa obra de arte.

    Paulo Sidnei Ferraz, engenheiro

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  4. Seu blog é show. Não conhecia seu trabalho, ouvi sua entrevista agora a pouco na CBN.É uma pena que interesses econômicos,foram e ainda são, responsáveis pela extinção do transporte ferroviário no Brasil. Quando do seu primeiro mandato, o presidente Lula disse que ía revitalizar esse fantástico,econômico e produtivo setor,mas ficamos apenas e mais uma vez, no discurso.
    As linhas estão por todo o país, bastava apenas reformá-las. O que se gasta com obras públicas desnecessárias, reformas de estádios para Megaeventos desportivos e desvios de verbas para empreiteiros, seria o suficiente para oferecer a população, um transporte eficiente de menor custo, considerando a capacidade de transporte e de qualidade.
    Me interesso muito por ferrovias, talvez por conta da infância e das visitas de trem à casa de familiares em Mendes, interior do Rio de Janeiro.
    Parabéns, vou colocar seu blog entre os favoritos.
    Luiz Cezar

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