ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE CURITIBA E
VIADUTO JOÃO NEGRÃO.
HISTÓRICO |
Ao iniciar-se, em 1880, a construção da ferrovia ligando Curitiba a Paranaguá, a comissão encarregada dos estudos para a localização da estação ferroviária solicitou à municipalidade a doação do terreno à Companhia Geral de Estradas de Ferro. Como se tratava, porém, de terreno aforado, somente nove anos depois foi o mesmo adquirido. O projeto da estação coube ao engenheiro , de origem italiana, Michelangelo Cuniberti. Em 1894 o edifício foi ampliado com a construção de mais uma pavimento, obra atribuída ao engenheiro Rudoy Lange. Com a transferência, em 1918, dos escritórios da companhia para outro local, passou o edifício por modificações que incluíram a criação de um salão nobre. Com o desativamento da estação, após a inauguração , na década de 70, da rodoferroviária, foi nela instalado um museu projetado por museólogos da Rede Ferroviária Federal. |
Construção de dois pavimentos, em alvenaria de tijolo, possui cobertura em duas águas, de telhas francesas, e platibanda abalaustrada. Sua fachada, simétrica, é valorizada no centro da composição pelo soerguimento de um frontão, ladeado por volutas, encimado por tímpano e tendo ao centro um relógio emoldurado por arco pleno. O parâmetro da fachada, a bossagem, tem, com ornamento, pilastras ressaltadas em ponta de diamante. A fachada posterior, mais simples, tem de interesse a estrutura metálica formada por colunas cilíndricas e braços em tê, que suportam a cobertura da plataforma. Próximo, esta localizado o viaduto, tombando juntamente com a estação. A primeira ponte foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 e era conhecida como Ponte Rua Schmidlin, porque passava sobre a via assim denominada em homenagem ao proprietário dos terrenos do local. Em época de chuva, transformava-se a área em um lodaçal, o que motivou o soerguimento da ferrovia e a construção do viaduto. Com o aumento do tráfego ferroviário foi construída outra, inaugurada em 1944, com estrutura metálica, importada dos Estados Unidos, e montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa. Conhecida como “Ponte preta”, devido à cor com que por muitos anos foi pintada, esse viaduto foi desativado nos anos 70 devido a inauguração da rodoferroviária. VIADUTO JOÃO NEGRÃO, "PONTE PRETA". |
Apoiada em pilares de cantaria, sua estrutura principal compreende três vigas, com altura variável – 2,50m nos apoios e 1,520m no centro do vão, com contrapesos formados por blocos de concreto armado destinados a reduzir os momentos no vão central. O comprimento total da ponte é de 32,893m, sendo que o vão central possui 21,285m e os laterais 5,804m. A distância entre as vigas principais é de 5,0m. Fonte: RFFSA. |
Essa obra ferroviária é um marco da engenharia pois foi a primeira, no mundo, a ser usada no sistema de ancoragem ou seja blocos atuando nas extremidades faziam a estrutura de ferro moldar um arco. A ação do peso quando o trem passava fazia com que a estrutura ficasse completamente em nível. Essa relevância justifica o impedimento do Conselho do Patrimônio Historico do PR ser contra o levantamento dessa Ponte.
ResponderExcluirPaulo valeu eu não sabia desta importante informação: "A ação do peso quando o trem passava fazia com que a estrutura ficasse completamente em nível." Show!
ResponderExcluirA famosa Ponte Preta, um dos ícones da cidade de Curitiba, não é apenas uma importante peça de interesse histórico da Ferrovia do Paraná. Ela é um marco, motivo de orgulho para a engenharia brasileira, pois se trata de um sistema de construção de estruturas pioneiro no mundo. Dessa forma parabenizo a prefeitura de Curitiba pela iniciativa de buscar outras alternativas, conforme sugestão do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, para evitar que motoristas imprudentes coloquem em risco essa obra de arte.
ResponderExcluirPaulo Sidnei Ferraz, engenheiro
Seu blog é show. Não conhecia seu trabalho, ouvi sua entrevista agora a pouco na CBN.É uma pena que interesses econômicos,foram e ainda são, responsáveis pela extinção do transporte ferroviário no Brasil. Quando do seu primeiro mandato, o presidente Lula disse que ía revitalizar esse fantástico,econômico e produtivo setor,mas ficamos apenas e mais uma vez, no discurso.
ResponderExcluirAs linhas estão por todo o país, bastava apenas reformá-las. O que se gasta com obras públicas desnecessárias, reformas de estádios para Megaeventos desportivos e desvios de verbas para empreiteiros, seria o suficiente para oferecer a população, um transporte eficiente de menor custo, considerando a capacidade de transporte e de qualidade.
Me interesso muito por ferrovias, talvez por conta da infância e das visitas de trem à casa de familiares em Mendes, interior do Rio de Janeiro.
Parabéns, vou colocar seu blog entre os favoritos.
Luiz Cezar