Durante a Segunda Guerra, a população sofreu com o racionamento de produtos, principalmente comida. Os vagões com alimentos eram fortemente vigiados,” Óleo, açucar, farinha de trigo: tudo era racionado. Quando acabou a guerra, precisávamos de salvo-conduta para andar e trem”, conta Romeu de Campos.
Trem blindado utilizado durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Foto:
Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, os alimentos também foram racionados. Muitas pessoas saqueavam os trens que chegavam carregados. José Roberto Moraga Ramos, ex-ferroviário, dis que seu avô, Mário de Melo, era uma dessas pessoas. “ Á noite, ele e alguns amigos iam até o local onde estavam os vagões. Lá, faziam um furo no fundo do vagão ( que na época era de madeira), retiravam a quantidade necessária de farinha ou açucar e tampavam o furo novamente.”
Caricatura do ex-presidente Jânio Quadros feita por Pedro Bottino - Direitos reservados ao Estadão.com.br
Augusto Rodrigues Filho conta que, em 1954, Iperó parou para ver o então Governador Jânio Quadros. “Ele estava no restaurante do trem. Cabelão preto, terno escuro, bigodão, óculos, vassourinha na lapela, comendo umas fatias de pão com ovo frito e cumprimentando as pessoas.”
Anos depois, após o Golpe Militar, a “Polícia do Exército” patrulhava o local para evitar sabotagem nos trilhos. “Em 1964, por exemplo, os ferroviários entraram em greve. Os políciais trabalharam como MAQUINISTAS para que a ferrovia não parasse. Nessa época às 21h era íniciado o toque de recolher. Quem saísse nas ruas após o horário poderia ser acusado de subversão”, explica Rodrigues, que também falou sobre um dos acidentes mais graves ocorridos no pátio da estação. “Vi muitos acidentes, mas esse foi o pior. Um trem estava manobrando e foi atingido por outro cargueiro que vinha de Sorocaba. Tentei retirar o maquinista, mas ele estava preso nas ferragens. As mãos dele tremiam e o sangue pingava. Não pude fazer nada. Tentei levantar a cabeça dele e foi aí que vi vários furos em sua testas.”
Bandeira IPERÓ http://pt.wikipedia.org
O movimento na estação de Iperó sempre foi muito grande. Isso é confirmado pelo fato de que, em 1967, mesmo com a ferrovia em decadência, desembarcaram 164 mil passageiros e embarcaram 204 mil passageiros na estação local “IPERÓ”. Dois anos antes - 1965 -, quando se tornou município autônomo, Iperó incorporou em seu brasão a figura de uma ferrovia de trem, resgatando sua origens. Mas conforme diminuíram os investimentos no setor, a cidade também foi se esquecendo da ferrovia. Ralph Menucci Giesbrecht não se conforma. “Uma cidade que tem uma locomotiva no seu brasão não pode abandonar sua estação. Isso é uma pena.”
Fragmentos retirados do site: http://www.cidadedeipero.com.br
Principalmente, por tantas árvores tombada em vão! Tanto dinheiro jogado fora... Café com pão manteiga não... Ai, seu fogista! Bota fogo na fornalha que eu preciso muita força, muita força, muita força. Uma pena! Mais uma página da história, virada!
ResponderExcluirÉ.. são várias páginas viradas. É necessário ,as coisas mudam.. o que não se pode e nem se deve é deixar cair no esquecimento esses fragmentos de história que compõem o nosso país.
ResponderExcluirO resgate da história é alimento da memória.Triste é ver nossos governantes tratarem com descaso o setor ferroviário.
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