O tão esperado Programa de Investimentos em Logística – Rodovias e Ferrovias, apelidado de “PAC das Concessões” recém anunciado pelo Governo propõe investimentos na ordem de 133 bilhões de reais, em 25 anos, para 7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 quilômetros de ferrovias.
Fala-se em concessões, mas, na prática, o Governo retoma a pauta das privatizações. Em essência, as empresas que ganharem as concessões poderão aplicar o dinheiro arrecadado na operação nas próprias rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e, evidente, terão lucro com isso.
O novo pacote de bondades chega em momento oportuno para indicar um novo caminho para a economia. Sobretudo, atinge a indústria da construção, promovendo uma necessária injeção de animo. Mas, é preciso cautela para que as empresas não engasguem com esse kit felicidade.
Da perspectiva das empresas prestadoras de serviço (construtoras e empreiteiras), a questão não é a quantidade, diz respeito a qualidade dos contratos que serão gerados.
Como bem disse o consultor Paulo Matos, em matéria publicada no Valor Econômico, em 11/01/2012, e argumento também válido no atual contexto: “Depois de muitas lições, as empresas começaram a aprender que é mais fácil morrer de indigestão do que de inanição”.
Não se pode esquecer que a saúde financeira do segmento anda frágil depois da sequencia de queda na rentabilidade e do aumento do seu endividamento. Essas questões se resolvem com tempo, planejamento, foco em gestão e uma nova sequencia de bons resultados.
É possível que o grande avanço nesse sentido seja o modelo pretendido das PPP’s (Parcerias Público-Privadas) que exige o foco no longo prazo e faz com que a etapa da obra seja pensada apenas como uma das fases do empreendimento. O que parece simples, desloca o foco apenas no contrato da obra para o objeto do negocio da concessão. Deve-se reconhecer que isso ainda não é natural para empresários e gestores, sobretudo das chamadas empreiteiras emergentes.
As empresas devem se preparar para parcerias com investidores nacionais e estrangeiros. Isso exige um nível maior de transparência e competência em gestão e será crítico não apenas para viabilizar a rentabilidade nos contratos, mas bem antes disso para atrair parceiros capitalistas.
Cabe relembrar ditos do economista Roberto de Oliveira campos, um dos maiores defensores da economia de mercado e das privatizações: “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas, pelos eficientes”. “Se é eficiente não precisa de proteção, se precisa, não a merece.”
Por: http://degestao.com
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