Infelizmente, vi reportagens sobre a decadência que se encontra os trilhos ferroviários na minha querida Bauru, devido a isso decidir demostrar tudo aquilo que esses trilhos e aquele saudoso Trem de Passageiros que “nascia” em Bauru e seguia com destino a Corumbá no Mato Grosso do Sul representou na minha vida pessoal e profissional, também não esquecendo o significado das três estrelas na bandeira de Bauru, confirmando a rica e importante história que Bauru tem com a ferrovia.
Lembro como se fosse ontem; Eu aquele menino ansioso contando os minutos para chegar à estação ferroviária de Bauru (SP) embarcar no passageiro e fazer aquela viagem, que viagem rumo ao Mato Grosso do Sul 26horas até a cidade de Miranda.
Plataforma, chegando ali na gare da estação o encanto era total observando o movimento de pessoas, que se acomodavam em duas das três plataformas da estação a número 1 para o Trem da RFFSA a número 2 para o Trem da Fepasa que vinha da Capital e seguia para o interior até a cidade de Panorama.
Dessa forma despertou em mim a vontade, um sonho de ser Maquinista e seguir os passos de meu pai.
Já embarcado ouvia com atenção os funcionários da ferrovia anunciarem no sistema de som; Senhores passageiros o Trem com destino a Corumbá partirá em 3 minutos favor ocupem seus acentos, logo após dizia; Senhor Condutor do Trem com destino a Corumbá pode dar a partida e boa viagem.
Agora vinha a melhor parte, junto com meu pai Feliciano Lenta que até a década de 80 foi Maquinista desse trem me falava sobre a viagem, próxima parada, tempo de percurso, perfil do trecho e algumas de suas histórias vividas ali.
Passou o tempo o trem infelizmente parou e aquele sonho de menino continuou ser Maquinista.
Corri atrás sai da minha cidade natal indo para Araraquara, iniciando a corrida pela carreira ferroviária onde fui contratado pela BRASIL FERROVIAS FERRO-NORTE, na função de Agente de Transporte prefiro o termo usado nas antigas Rede e Fepasa Ajudante ou Auxiliar de Maquinista.
Depois de três anos consegui meu objetivo ser Maquinista, percorrendo o interior paulista entre as cidades de Araraquara, Rio Preto e Sumaré.
No ano de 2006 ALL assumiu a Brasil Ferrovias, pedi transferência e retornei a Bauru, foi um tempo curto decidi ir para outra ferrovia MRS.
Foi algo muito satisfatório na minha vida profissional, convivi com outros tipos de licenciamentos ATC e CTC, novos trechos incluindo o da capital passando pela linha da CPTM, em uma viagem ao passar com o trem pela estação da Luz e vendo aquelas pessoas aguardando os trens de Passageiros da CPTM vi que faltava algo que me encantou quando era menino ser Maquinista de Trem Passageiro.
Em um País que infelizmente não aproveitou e deixou de lado o transporte de passageiro via férrea era algo que seria muito difícil de concretizar o único trem de longa distância que opera diariamente no Brasil é o da Vale, decidi correr atrás do sonho que para mim não seria só uma realização profissional, muito mais que isso seria uma realização pessoal por tudo que vivi e também por aquilo que meu pai representou na minha vida.
Graças a Deus venci mais uma vez indo trabalhar na VALE onde fiquei por quatro anos como Maquinista de Minério e cargueiros, enriquecendo meu conhecimento ferroviário vindo a conhecer o sistema de Tração distribuída.
Em 2011 a realização enfim alcançada, Maquinista do Trem Passageiro da EFVM percorrendo o trecho de Belo Horizonte – Vitória.
Dedico essa conquista a todos os colegas que passaram na minha vida em todas as ferrovias que trabalhei ferroviários ou não ao meu pai por ser incentivador e inspiração para a realização desse sonho e também a minha esposa e filhos que desde o inicio trilharam e me ajudaram a alcançar meu objetivo.
Afirmo que Bauru e aquele trem, saudoso trem da Noroeste do Brasil RFFSA –SR10 Trem do Pantanal foram e continuam sendo muito importante na minha vida.
Vou a Bauru uma vez por ano nas férias, infelizmente não gosto do que vejo as condições da estação do pátio enfim varias outras coisas.
Agradeço por ter vivido aqueles tempos e lamento a situação atual também a geração que veio após essa degradação, perdendo muito não conhecendo o Trem, muitos não sabem ou ignoram a verdadeira importância histórica ferroviária de Bauru e região.
Por: Fábio Cordeiro Lenta.
Maquinista Trem Passageiro Estrada de Ferro Vitória Minas.
legal fabio pena que acabarao com as ferrovias
ResponderExcluirtenho saudades também, meu pai era ferroviário(agente de trem) aquele que picotava a passagem,rsrs..., fazia percurso campo grande a bauru, campo grande a Corumbá...
ResponderExcluirOs trilhos que passavam no centro de campo grande não existe mais, estação ferroviária virou feira central, uma pena...povo sem memoria, povo sem historia.
abraços
trabalhei como manobrador no sistema cremalheira,na raiz da serra e ate hoje sinto saudades dos trens .
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