quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

5 de janeiro de 1955 – Brasil e Bolívia inauguram a ferrovia.

"RECADO A NOSSOS POLÍTICOS" O Brasil adia irresponsávelmente sua priorização por Ferrovias. E já está pagando e pagará um preço alto por isso!!! O campeão desta irresponsábilídade e o Estado do PARANÁ, que através de seu GOVERNADOR e alguns DEPUTADINHOS DIZEM NÃO A #FERROSUL projeto de uma Ferrovia Republicana!!!  Porque será?  O BRASIL NÃO TEM SAIDA SEM FERROVIAS!!!

Maquinista Clodoaldo


Os presidentes da Bolívia, Paz Estensoro, e do Brasil, Café Filho, inauguraram oficialmente a linha férrea de seiscentos e oitenta quilômetros que une ambos os países em meio a aclamações de milhares de pessoas. Assim que  desembarcou em Catoca, no país vizinho, Café Filho foi recebido por uma multidão de duzentas mil pessoas, composta principalmente por trabalhadores e camponeses, que portavam faixas e bandeiras em sua homenagem. “Nunca me senti tão emocionado quanto hoje, ante a apoteótica recepção do povo boliviano”, disse o presidente brasileiro após a inauguração da ferrovia.

Os dois chefes de Estado, acompanhados de extensas comitivas, tomaram um trem especial, embandeirado com as cores bolivianas e brasileiras, no qual viajaram durante trinta minutos até a Estação de Castulo Chaves, em Santa Cruz de La Sierra. Ali se deu a cerimônia inaugural da ferrovia Corumbá-Santa Cruz, na qual o Ministros de Obras Públicas da Bolívia tomou a palavra e destacou que a ferrovia selaria a amizade entre as duas nações. “Este acontecimento constitui o mais importante no que diz respeito ao curso das relações entre ambos os países, e incorpora à História uma digna e viva expressão de cordialidade entre Brasil e Bolívia. É uma concretização de 15 anos de duro esforço e trabalho”, declarou.

A ferrovia inaugurada unia Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, tendo uma extensão de seiscentos e oitenta quilômetros, sendo criada com o intuito de vir a ser uma via escoadora de petróleo e de imigração da região sub-andina. “A importância desta vinculação ferroviária já vai ser demonstrada com o transporte da gasolina boliviana, que irá abastecer o mercado do Mato Grosso. O combustível enviado ao Brasil é o prenúncio de uma nova etapa nas relações entre nossos países. A exploração conjunta do petróleo sub-andino virá acelerar, em breve, as relações econômicas entre a Bolívia e o Brasil”, afirmou o presidente Café Filho na inauguração da ferrovia.

Foto: Tela do artista plástico Mauricio Saraiva, de Campo Grande, MS 
No terminal brasileiro de Corumbá, a ferrovia se uniu à linha do noroeste do país, que se conectava à cidade a São Paulo, a dois mil quilômetros de distância, e ao porto de Santos, local que serviria de escoamento da produção exportável boliviana. Antes, este escoamento era feito por vias fluviais ou por linhas férreas que passavam pela Argentina, trajeto mais demorado. Com exceção de onze quilômetros, a ferrovia se concentrava toda em solo boliviano, apesar do Brasil ter custeado todas as obras de construção. Na época, a inauguração da linha representou o ponto culminante das negociações diplomáticas e sociais entre os dois países, iniciada em 1914.

por: Alice Melo

Um comentário:

  1. Um retorno ao tempo em que se podia sonhar e viver esse romantismo contagiante... Excelente matéria. Parabéns!

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