terça-feira, 31 de maio de 2011

O FERROVIARISTA D. PEDRO II.

O FERROVIARISTA D. PEDRO II. 

D. Pedro II e toda Família Imperial compareceram à inauguração da Estrada de Ferro do Corcovado,
em 9 de outubro de 1884. Foto: Arq. CEIPN

Na  história  da monarquia  brasileira,  a  figura  de  D.  Pedro  II  assume  uma posição muito especial. O único nascido na terra, tendo ocupado o trono por três quartos de todo o tempo em que vigeu o regime, D. Pedro II nos legou a imagem de uma pessoa extremamente humana, carismática, entusiasta da ciência  e  das  inovações  tecnológicas  e,  sobretudo,  um  grande  estadista. Soube se cercar de políticos e de profissionais de invejável valor, descobrindo talentos que  ilustraram, de uma maneira brilhante e permanente, a nossa cultura. E esta posição se destaca cada vez mais, à medida que vêm à luz, enriquecendo a bibliografia pertinente, as pesquisas sobre o 2º Reinado. Pelo  seu  estilo de governar  e  seu gosto pelo que  era moderno, tornou-se também  um  grande  ferroviarista.  Não  foi  apenas  a  sua  presença nas inaugurações das estradas de  ferro que  lhe  conferiu aquela virtude. Foi o papel que desempenhou na formulação da política traçada pelo seu governo na implantação das nossas estradas de ferro.

... D. Pedro II quando foi expatriado, nos legou uma malha de pouco mais de 9.000 km, dos quais quase que a quarta parte era do Estado. Usou recursos que não comprometeram, em momento algum, nem as finanças nem o crédito públicos, passando incólume, ao contrário dos nossos vizinhos, pela crise de 1873. A malha que  construiu  não era a que mais  convinha aos  interesses nacionais,  muito  fragmentada  e  heterogênea.  Mas  não  podia  ser  melhor, fosse  quem  fosse  o  governante,  porque  tinha  sido  determinada  pela economia que o capitalismo nos impôs. O ferroviarismo de D. Pedro mais se exalta quando comparamos a sua política com a que veio depois. Os republicanos não a mudaram em nada, a não ser na despreocupação  com  as  repercussões  no  Tesouro.  Continuaram  com  as concessões  autorizadas  pelo  Orçamento  do  Império,  às  quais  acresceram muitas  outras,  até  a  bolha  estourou  em  1897,  à  beira  de  um  colapso financeiro de consequências imprevisíveis. Por este motivo,  não podemos deixar de  ficar  tristes, muito  tristes, a  nos lembrar  da  exigência  ridícula  dos  republicanos  jacobinos,  de  riscar  o  seu nome da mais importante ferrovia do país.

Por:Américo Maia Vasconcelos Neto  É membro Academia Ferroviária de Letras. 











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