sexta-feira, 19 de junho de 2015

O Emblema da RVPSC.

"História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento"

Sempre me fascinou este universo de emblemas, símbolos e distintivos.  Na minha infância vi muito este emblema nas casas e estações da antiga RVPSC e desde então me apaixonei por este emblema em especial, tanto que tenho ele no layout do meu Blog desde a sua criação e agora para comemorar os 73 de criação da RVPSC que será em 25 de setembro deste ano, resolvi pesquisar e postar o significado deste magnifico emblema, espero que gostem da postagem.
Abraço ferroviário
Maquinista Ativista ferroviário Clodoaldo

A identidade visual representada pelo emblema "logo" é expressão da alma da empresa.

Até hoje, os ferroviários mais antigos têm especial fascinação pelo emblema da Rede de Viação Paraná - Santa Catarina.

E não é injustificável esse fascínio, dada à beleza da concepção e a mensagem que se pretendia (e se conseguiu) transmitir: uma roda de locomotiva, base moderna do meio de transporte humano e o maior fator de progresso dentro do território; uma faixa de fazenda flamejante, atravessando a roda, em seu centro, simbolizando a Bandeira Nacional que, levada pela locomotiva, vai propagando a união e o amor pelo trabalho em nosso país.

A roda da engrenagem, com vinte e dois dentes, representava os Estados da Federação Brasileira e, ainda, o equilíbrio do funcionamento da Rede, com relação à vida nacional, pela simetria de seus dentes.

Sobre o centro da engrenagem, um escudo redondo e convexo, servindo de base às iniciais RVPSC, representando a defesa e garantia do seu eficiente serviço.
E, completando, na parte inferior, um garfo a simbolizar o material mecânico, e, também, colocado como necessidade à harmonia estética do escudo.

A oficialização das dimensões aconteceu em 09 de outubro de 1944, através da Portaria número 49-D, assinada pelo então Diretor da RVPSC, Coronel Durival Britto e Silva, na qual se convencionava um módulo "P", para serem mantidas as proporções do emblema:

A) RODA DA ENGRENAGEM
22 dentes, sendo 15 visíveis;
altura e espessura dos dentes: 1P;
tamanho das letras da RVPSC: 1P.

B) ESCUDO
diâmetro: 14P ;
grossura: 1P no filete e 3P no centro do escudo;
largura e altura do filete da extremidade: 1/3 de P;
tamanho das letras RVPSC: a parte acima do diâmetro horizontal: 3P; a parte baixa, até o limite de uma circunferência de raio: 6P.

C) ARCO
diâmetro: 10P;
largura: 2P.

D) COMPRIMENTO
limitado à direita e à esquerda por uma reta de 17.1/3 de P, partindo do centro do escudo e inclinando em 45 graus sobre o seu diâmetro horizontal.
               
O emblema teve três fases distintas: a primeira, quando de sua criação e oficialização, para uso logo após o surgimento da RVPSC; a segunda, quando da oficialização de suas dimensões; e, a terceira, quando do estabelecimento de suas cores:

Em 02 de abril de 1966, por ocasião do lançamento do serviço denominado "RODOTREM", que conjugaria os transportes ferroviário e rodoviário, a diretoria de então, considerando a necessidade de definir, para todos os fins, qual o símbolo da RVPSC, quais as suas cores oficiais..., resolveu por unanimidade:

a) manter o emblema tradicional da RVPSC;
b) “instituir, como cores oficiais da Rede, as cores vermelha e azul e as letra em dourado...”.


O primeiro modelo do emblema, 1942.

O primeiro modelo do emblema, que data de 1942, teve José Peón como gravador; mais tarde, outro gravador, Frederico Tod, confeccionou o emblema, que apareceu, entretanto, com medidas diferentes.
Em abril de 1944, surge o segundo modelo, desta feita  elaborado no Escritório Técnico da via permanente.

O segundo modelo do emblema, 1944.

Com o advento da  Rede ferroviária Federal S. A., em 1957, fez-se necessária a adaptação do emblema, aparecendo, na parte inferior, um garfo com dizeres "Rede Ferroviária Federal S. A.".

O terceiro e ultimo modelo do emblema, 1957.


Artigo elaborado com base em pesquisa de Antônio Zotto, colecionador de publicações sobre ferrovias.
Extraído do Livro, ESTRADA DE FERRO PARANAGUÁ-CURITIBA UMA VIAGEM DE 100 ANOS.

4 comentários:

  1. Muito bom. A primeira versão era apenas "Rede Viação", sem o "de" que apareceu depois.

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  2. Reparem que o segundo emblema que aparece é um emblema fundido em bronze, e que para ser fundido algum artífice modelador da própria Rede teve que construir o referido molde! Como eu conheci o molde? Meu pai funcionário desde 1922, quando ainda o nome Era Viação Férrea São Paulo Rio Grande, sempre trabalhando com madeira, em um dado momento passou a fazer modelos, sendo que 1948 fez o curso do CCO da própria Rede, após a conclusão, passou a ocupar a função de Artífice Modelador, e como Artífice galgou as varias posições que a função oferecia culminando com a Chefia da Seção de Modelos lá na Vila Oficinas no Capanema, tendo trabalhado durante 37 anos consecutivos e ininterruptos, até a sua merecida aposentadora! Mas voltando ao emblema da Rede, quando eu era menino, e estando de férias escolares, pelo menos uma vez ao ano eu queria ir com meu pai até as Oficinas, e ia, pegávamos o trem subúrbio na Estação do Portão, lá pelas 6 horas da manhã e descíamos na Estação da Praça Eufrásio Correia, lá pegávamos o trem que levava todo o pessoal que não morava na Vila Oficina e adjacencia e nos levava até a Vila Oficinas, como curiosidade sito que a locomotiva que impulsionava esse trem era uma Vickers inglesa movida a energia elétrica, lá chegávamos uns 10 minutos antes das sete, hora em que o apito soava o inicio das diversas atividades que lá se executavam. A seção de modelos era um galpão relativamente grande, medindo aproximadamente 20 m X 50 m de extensão, com uma grande porta em cada lado do galpão, internamente quase na metade do galpão no sentido do comprimento havia uma grande estrutura metálica com 3 andares de altura e dividido ao meio em todos os andares,por um longo corredor em cada andar. e ai ficavam guardados todos os modelos/moldes que eram fabricados pela seção de modelos, todos devidamente etiquetados e numerados com um código, para que fosse possível a sua rápida localização, em caso de necessidade de se fundir uma nova peça. Tinha modelos de praticamente todas as locomotivas a vapor que na Rede trabalharam, também modelos das peças utilizadas pelas locomotivas diesel-elétricas e elétricas, assim como modelos de pertences de vagões de passageiros e de tandem os mais diversos. Na outra metade do galpão ficavam as bancadas dos modeladores e as diversas máquinas, tais como uma grande serra de fita, a desempenadeira, o torno que era um mecânico adaptado para trabalhos em madeira, a seção de pintura dos modelos, e a seção de colagem, onde havia uma grande prensa manual, com inúmeros sargentos presos na própria estrutura. E também um grande amontoado de pranchas de madeira, geralmente cedro, mas também haviam muitos dormentes já usados em madeira de embuia, que também eram utilizados, geralmente na confecção de "caixas de macho". Também havia um aquecedor de marmitas elétrico e uma espécie de pequeno fogão em formato circular onde era aquecida a cola de ossos, logo após vinha a bancada de meu pai, ao lado vinha a bancada do Dorinho Binder também modelador contemporâneo de meu pai em tempo de serviço na Rede, e ao lado da bancada dele havia um grande tripé, ou melhor uma mesa para desenho articulável, cujo tampo ficava a quase 90 graus em pé e preso nesse tampo ficava em lugar de destaque o molde que servia para serem fundidos esses emblemas em bronze, o referido molde não era pintado era ainda do tempo em que os moldes da Rede eram envernizados com verniz asa de barata, misturados com álcool,e aplicados com uma "boneca" que consistia em um pedaço de pano retangular com um amontoado de algodão no centro, com os quatro cantos do pano se encontrando formando como se fosse uma cabeça de boneca, e aí se amarrava um cordel, para que a boneca não se desmanchasse durante o uso! E como chamava atenção o danado do molde, lá da entrada do galpão os olhos já avistavam o lindo modelo do emblema da Rede! Que fim será que levou esse molde???

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    1. Obrigado João por compartilhar está saudosa curiosidade!!!

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  3. Olá! Estou fazendo uma pesquisa de levantamento histórico e gostaria de saber quando o prédio sede da RVPSC foi construído. Falo do edifício Engenheiro Teixeira Soares, na Rua João Negrão, ao lado da ponte preta. Se alguém souber a data exata de sua ampliação (certamente entre 1944 e 1957), por favor, me informem...
    Meu e-mail é
    victor.reis.c.a@gmail.com

    Desde já agradeço! :)

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