domingo, 18 de dezembro de 2011

Maquinista Ferroviário Mirim.


O autor e a esposa são privilegiados com 9 netos.

Uma “escadinha”: Felipe (19), Thiago (18), Gabriel (16), Marina (15), Débora (8), Marco Antônio (6), Mariana (5),  Rebeca (4) e Victor (3). Verdadeiros presentes de Deus. 
Sem qualquer chantagem ou influência ostensiva do Avô, todos curtiram o trem em sua infância ou o curtem, por estarem ainda nessa faixa etária.  A exemplo do que foi feito com os filhos, sempre que possível foram levados para passeios em trens turísticos e culturais: Trem do Corcovado (Rio); Oeste de Minas (São João Del Rei/Tiradentes); Trem da Mantiqueira (Passa Quatro); Trem do Vinho (Serra Gaúcha). No caso dos filhos, sua infância e adolescência aconteceram no tempo em que ainda havia os trens de passageiros de médias e longas distâncias: foram freqüentes viajantes do Santa Cruz, depois Trem de Prata, entre Rio e São Paulo; Vera Cruz, entre Rio e Belo Horizonte; Cacique, entre Rio e Campos; trens da Linha Auxiliar, entre Miguel Pereira e Japeri; trens de subúrbio, entre Japeri e Central do Brasil. Adoravam as viagens. 
Na atualidade, quem mais está curtindo o trem e seu universo mágico é o Victinho, com seus 3 anos e alguns meses. Talvez por influência do nome, é fanático por ferrovia. Um de seus programas sistemáticos: É assistir pela TV, aos sábados e domingos bem cedo, “Thomas e seus amigos”, desenho exibido pelo canal Discovery Kids, que tem como personagem principal uma locomotiva a vapor chamada Thomas.
O Maquinista Ferroviário Mirim já está contribuindo para os “causos” contados pelo avô. Certo dia, por exemplo, vendo o Thomas na TV, perguntou:


- Vovô, você também é Avô do trem?... 
Em outra ocasião, brincava na sala com seu trenzinho elétrico e a composição descarrilou. Perguntou, então: 
- Vô, trem morre?... 
Se ele fosse já um pouquinho mais velho, o avô lhe explicaria: 
- Não, Victinho, trem não morre. Aqui no Brasil, fizeram tudo para “assassiná-lo”, mas a gente não deixou. 
Quem gosta de trem é teimoso, insistente. Mesmo aqueles que, conforme afirma o cantor e compositor Ivan Lins, tanto gosta de trem, foram abandonados pelo “conluio perverso de autoridades omissas ou corruptas com a indústria automobilística, as multinacionais do petróleo e empreiteiras gananciosas”. Um dia o nosso País, que literalmente saiu dos trilhos, voltará a embarcar no Trem  da História...

Retirado do Livro Estórias do Trem de Victor José Ferreira.

Um comentário:

  1. História muito legal e instrutiva. Quem conheceu o Brasil de 40 anos atrás, só guarda saudades desses bons tempos.

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